Mário Rui Fonseca, Abrantes |
O Parque Arqueológico e Ambiental do Ocreza, em Mação, abrange 14 quilómetros, que se estende pelos vales da ribeira da Pracana, rio Ocreza e margem do Tejo, entre o Pego da Rainha e Barca da Amieira. Um investimento de um milhão de euros promete mudar o local. Entre as muitas intervenções que o projecto prevê está a recuperação do antigo aldeamento dos técnicos que construíram a Barragem da Pracana, que será transformado numa "pequena aldeia cultural, mas com sentido económico: com restauração, alojamento e componente museológica ligada à etnografia e à natureza", explicou Luís Oosterbeek, director científico do Museu de Arte Pré-histórica de Mação. Está também previsto o aproveitamento do paredão da Barragem "para que os visitantes (adultos e crianças) possam fazer as suas gravuras e pinturas", como acontece, por exemplo, no Brasil e na Austrália, em que há espaços para que façam aquilo que desejarem e que visam atenuar os riscos de vandalismo. Já o museu, idealizado inicialmente para a zona das gravuras, será implantado na Zimbreira, "uma aldeia típica do imaginário do país rural, que está a desaparecer", afirmou o director científico, justificando a opção: "Está mais próximo das zonas habitacionais, onde já existem todas as infra-estruturas básicas e cujo espaço está integrado no percurso do parque." Este projecto, que deverá estar concluído no Verão de 2007, criará 30 a 40 postos de trabalho directos (mais 150 indirectos) e, esperam os responsáveis, receberá a visita de 50 mil visitantes por ano. Proprietário do único café da aldeia de Zimbreira, onde vivem 37 pessoas, Rogério Portela, de 76 anos, diz ver "com muito bons olhos" toda esta dinâmica: "Pode ser que assim olhem mais para nós." Isabel Pires de Lima, ministra da Cultura, quis inteirar-se do projecto do Parque Arqueológico e Ambiental do Alto Ribatejo, que visa a valorização patrimonial das gravuras rupestres e em Maio visitou o local, deixando a garantia de que "a área da arqueologia é uma prioridade e uma área que merece toda a atenção". Depois de ter assistido à apresentação do projecto para o Parque do Ocreza, destacou a sua importância para a região ao considerá-lo "muito bem concebido e extremamente sustentável", tendo "muitas virtualidades". Luís Oosterbeek apresentou à ministra o trabalho já desenvolvido pela equipa do museu e todos os projectos e parcerias em que está envolvido, como o Mestrado Internacional de Pré-história e Arte Rupestre, que decorre em Mação com alunos de várias nacionalidades, e o programa de doutoramento que irá avançar em Outubro. O director entregou ainda o processo de candidatura à Rede Portuguesa de Museus, apelando para que o Ministério da Cultura "reconheça o que está a ser feito". Fernando Real, do Instituto Português de Arquelogia (IPA) mostrou-se "verdadeiramente impressionado" com o que viu em Mação, dando-lhe "nota máxima". Referindo ter uma "visão de âmbito nacional", classificou este de um "projecto invulgar" pelo facto de ser "supramunicipal, com massa crítica, porque ligado a uma escola do ensino superior (Instituto Politécnico de Tomar), e porque se está a apostar na formação de públicos". Nos gabinetes do município trabalha-se arduamente para concluir o projecto do Parque Ambiental do Ocreza e já se brinda aos benefícios que a arte gravada nas pedras há 20 mil anos trará a estas terras. |
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